sexta-feira, 2 de setembro de 2011

7 de setembro.

Dia 7 de setembro se aproxima! Todos sabemos que se aproxima, porque todos ansiamos por esse dia - afinal, é feriado! Porque mesmo é feriado no dia 7 de setembro é que eu não sei...
Contam na escola que é porque um dia um nobre  português chamado  Pedro de Alcântara Francisco António João Carlos Xavier de Paula Miguel Rafael Joaquim José Gonzaga Pascoal Cipriano Serafim de Bragança e BourbonI mais conhecido como D. Pedro I, filho rebelde de D. João IV - enamorado das belezas  tropicais especialmente as nativas e comprometido com a nobre tarefa de fazer o Brasil elite brasileira progredir, proclamou bravamente a Independência do Brasil às margens do Rio Ipiranga. " Independência ou Morte". Fato curioso é que os brasileiros - ocupados com lavrar a terra, trocar o mictório da sinhá, tomar conta da venda do Barão, surrar o conterrâneo rebelde no pelourinho, chorar as dores do chicote, enfim - nem sequer foram chamados pelo Português para participar de tal importante ato público da  história da sua nação, não foram chamados, sequer, para a comemoração! Fato mais curioso ainda é que o cotidiano de tais brasileiros e brasileiras pseudolivres ou escravas mesmo continuou o mesmíssimo! Bom, documento que declare a tal independência não existe, mas se existisse não faria diferença..Afinal aqui no Brasil existem documentos como a própria Constituição Brasileira, pra citar só um dentro muitos ou todos, que só existe mesmo num papel amarelado, mas pouco lido. Em 2011, voltemos ao assunto Independência. Vejamos, O Brasil é um país independente? Nossa economia e seu rabo preso e bem preso aos ditames da economia estadunidense, até o currículo da escola BRASILEIRA , ou seja, o que nossas crianças devem aprender na escola,  foi fortemente influenciado por um europeu! No plano mais íntimo da vida dos brasileiros: música, moda, comida, comportamentos predominantemente importados da Europa ou dos Isteites! Portanto, qual é mesmo o sentido do feriado desta quarta-feira? Independência? Acho que não! É mais um dia que legitima uma história muito mal contada, etnocêntrica, elitista - discaradamente mentirosa!

Ah, e para nós, cidadãos ludoviscenses, feriado prolongado: Aniversário da nossa cidade! Pobre São Luis, são 399 anos de que história? Eu nem sei - nem me ensinaram na escola também! A cidade vive um dos piores momentos da sua história governada por uma elite preguiçosa e parasita que não conhece o significado genuíno de política! Nas escolas, nas ruas, campos, construções, hospitais, somos todos explorados, braços dados ou não! Não é preciso ir muito longe para perceber que estamos vivendo um Caostelo...!

Eu adoro feriados! Acho super importante esses dias de folga, onde a gente pode tá junto dos amigos ou da família, ler um romance qualquer, assistir uns filmes, ou mesmo fazendo nada gozando do ócio justo de quem trabalha, paga suas contas e a também a conta de algumas famílias preguiçosas cujo patriarca é certo bigodudo...
Mas eu realmente queria uns feriados que celebrassem  coisas boas para a população - que trabalha, estuda, se cansa, se reanima - de todo canto do Brasil, coisas verdadeiras! Mas eu não posso mudar a nossa história, o que eu, nunca sozinha, posso tentar mudar é o que virá...Uma história, espero, que nossos tataranetos terão orgulho de contar...com muitos, muitos feriados para celebrar!




terça-feira, 5 de abril de 2011

Criança e Infância na Contemporaneidade

Infância! A mais bela invenção da modernidade!
Finalmente a criança é reconhecida como um ser dotado de um mundo próprio, com uma visão de mundo que difere da visão do adulto. Criança tem que brincar, imaginar, sorrir, aprender e viver sem grandes responsabilidades. Nasce a infância como uma fase especial de todo e qualquer ser humano, dotada de uma base científica para justificá-la e defendê-la! Stalin e Hitler foram nenéns um dia.
Então no século XXI, a sociedade tem aquele cuidado especial com a criança, ela é olhada com carinho e como alguém frágil e ingênuo que precisa ser protegido, ficamos estarrecidos diante de casos de pedofilia e exploração do trabalho infantil. Certo?
Até certo ponto, sim. A concepção de criança e infância, assim como qualquer outra concepção, não pode ser entendida de maneira universal. Existem crianças e infâncias. É verdade que a concepção predominante tem sido a da criança e infância que precisam ser protegidas e preservadas.
Porém, qual tem sido nossa visão diante daquelas crianças que vivem a pedir nos semáforos ou mesmo no mundo das drogas e do crime? Elas não parecem ingênuas e fofinhas. E por que não? O que falta nessas crianças? Esses meninos e meninas não têm seu direito a infância conforme maravilhosamente exposto no ECA. E por que não? E as crianças que trabalham como quebradeiras de coco babaçu no Maranhão? E as crianças que trabalham nas pedreiras, na lavoura, as crianças que trabalham como domésticas?
Por outro lado, temos as crianças de classe média e alta. Ah, essas sim possuem aquela infância descrita e idealizada por Rousseau! Até certo ponto!
O que podemos sentir, cada vez mais, são crianças atarefadas, cansadas entre a natação e o inglês, entre o ballet e o judô. Crianças que não correm mais nem ralam os joelhos e nem mastigam de boca aberta; crianças qua assistem  à novela e ao BBB - independente do seu conteúdo impróprio, crianças que são bombardeadas todos os dias e por horas pela publicidade! Crianças alimentando desejos que não são seus! Crianças que cultuam a aparência - o brinquedo, a roupa, o celular da moda. Crianças já iludidas diante do mundo fantástico do consumo quando deveriam estar iludidas diante do mundo fantástico da infância - a única ilusão que não machuca! Novamente, percebe-se que também elas não têm infância. E por que não?
Minha intenção aqui não é dar respostas aos porquês, e sim deixar aquela coicerinha insuportável de quem precisa saber - queremos saber.
Podemos apontar,porém, que tanto na criança pobre quanto na criança mais abastada, a perda da infância tem um dedo, ou o braço inteiro, de um sistema capitalista competitivo, excludente e também sedutor.
Por um lado,o trabalho que se impõe inexoravelmente para a criança que precisa sobreviver dentro desse sistema; e por outro, a criança que é atraída continuamente pela propaganda e o consumo sustentando a sobrevivência desse sistema ...capitalista.

terça-feira, 15 de março de 2011

Entre o demônio e o mar azul

"Na visão de Freud, a aflição mis típica da vida civilizada se origina na supressão da liberdade individual, concedida de modo relutante e com um enorme custo psíquico. A tensão entre liberdade e segurança tende a se internalizar e depois a confrontar o indivíduo "por dentro" - na forma da luta entre o superego (aquela ''guarnição em uma cidade conquistada'') e o id ( o depósito de desejos suprimidos), levado a cabo no campo de batalha do ego. A enfermidade característica da pessoa civilizada reside portanto, dentro da psique humana. É lá que é preciso decobri-la, diagnosticá-la, curá-la. Na verdade, a civilização "é amplamente responsável por nossa miséria", e uma pessoa "se torna neurótica porque não pode tolerar a quantidade de frustrações que a sociedade impõe a serviço de suas ideias culturais" E o poder esmagador da sociedade (das restrições impostas em nome da segurança) sobre os indivíduos é tão inquestionável quanto o "princípio do prazer", que impulsiona o indivíduo a embarcar na viagem rumo à felicidade. (...)
(...)
Impotência, inadequação: esses são os nomes da doença da modernidade tardia, da pós-modernidade - o mal estar da pós- modernidade. Não o temor da não-conformidade, mas a impossibilidade de se conformar. Não o  horror da transgressão, mas o terror do infinito Não demandas que transcedem nosso poder de atuar, mas atos esporádicos numa busca vã por um intinerário estável e contínuo.
Tendemos a chamar liberdade a ausência de restrições e limites obstruivos e insidiosos. A maioria de nós, residentes do mundo moderno tardio ou pós-moderno, é, nesse sentido, livre de uma maneira que nossos ancestrais só podiam sonhar. E eles sonhavam; o desaparecimento milagroso de normas e limites era uma visão sedutora quando a vida era vivida com um temor diário da transgressão. (...)
(...)
Nossos ancestrais, não por qualquer falha da parte deles, pensavam a liberdade como um estado em que não nos dizem o que fazer e não somos forçados a fazer o que preferiríamos não fazer; com essa definição eles provavelmente descreveriam a situação em que a maioria de nós está hoje quando a liberdade se encarna. O que não previram, e nem podiam, era que o reino da liberdade que eles imaginaram viria com uma etiqueta de preço, e que este seria alto.
O preço em questão é a insegurança (ou melhor Unsicherheit: um desconforto muito mais complexo, que inclui a incerteza, a falta de proteção e a insegurança); um preço alto, na verdade, ao se considerar o número de escolhas com que uma pessoa deve se confrontar todos os dias. Tais escolhas devem ser feitas sem a convicção de que os movimentos  trarão os resultados antecipados, que os investimentos de hoje terão ganhos amanhã ou que se afastar das opções que parecem ruins hoje não transformarão o amanhã em uma perda dolorosa. Não está claro em quem e no que confiar, já que ninguém parece estar no controle de como as coisas estão indo - ninguém pode dar uma garantia confiável de que elas de fato irão na direção imaginada. Viver sob condições de insegurança é uma vida de risco,e  é a pessoa ativa que está destinada a pagar os custos dos riscos assumidos."

                                                                         [BAUMAN, Zygmunt - A sociedade individualizada]

domingo, 15 de agosto de 2010

Unimultiplicidade

Há sempre algum anúncio expondo o corpo que devemos ter. Há sempre uma religião nos impondo no que crer. Há sempre um livro pra nos dizer o que pensar. Há sempre um anúncio nos dizendo o que comprar. até rimou, embora não fosse essa a intenção É impossível não sofrer influência do meio! quem diz que não é influenciado é um idiota que ainda nem entendeu como funciona seu próprio desenvolvimento Somos bixos geneticamente sociáveis, isso significa que nos desenvolvemos a partir da vivência com outros bixos da nossa espécie...se alguém fosse deixado sozinho em algum canto ao nascer, morreria..com certeza nenhuma loba cuidaria dessa pobre criatura, nem um macaco..até mesmo alguém já vivido dificilmente sobreviveria! Fomos feitos pra isso, pra viver em conjunto que nem as formigas e as abelhas como insetos;) Aprendemos com o nosso conjunto, aprendemos muita coisa mesmo...MAS... também ensinamos! Sofremos grandissíssima influência, mas também podemos influenciar! Desde o momento da nossa formação ainda na gestação influenciamos as pessoas, imagina quanto sua mãe mudou por sua causa ;) O problema é que desconsideramos muito essa parte, preferimos ser influenciados, é mais cômodo ser levado pela vida deixa a vida me levar, vida leva eu que assumir nosso papel no mundo, que procurarmos dentre todo esse disparate de anúncios, religiões e filosofias aquela que combina com o que nós de fato, somos! E quem de fato somos se eu que nasci em São Luis do Maranhão não seria a mesma se nascesse na Angola ou na Austrália? O que sobra de mim nisso tudo? Acredito que o que sobra é que independente de quem eu seja ou que língua eu fale, eu posso sim fazer a diferença. Ainda posso, dentro de qualquer limite, escolher o que faço, falo e penso, com quem vivo e quem amo. Nem Deus tirou isso de nós! Por isso eu é que não vou abrir mão do meu poder de escolha, de decidir sobre mim; e o meu maior desejo pra humanidade é que entendamos que é justamente isso que faz tudo funcionar: a diversidade. O fato de ninguém, absolutamente ninguém ser igual a ninguém! Mesmo que as vezes se queira imitar outra pessoa... [acho que por isso que tanta gente é frustrada atualmente, por querer ter um corpo que não é seu, alimentar uma ideia que não é sua] Se cada um chamar pra si a sua personalidade ÚNICA  construida no meio em que vive, chamar pra si a responsabilidade dos seus atos, inclusive dos seus erros, não precisaremos culpar os vizinhos, os pobres, os políticos, o sistema...nem precisaremos mais fazer Deus de bode expiatório pros males da humanidade [não é Deus quem permite as guerras ou  a fome, é você, sou eu!]..bem, no dia que isso acontecer a gente pode começar a pensar num mundo mais justo pra cada pessoa e pra todas as pessoas! Aprendendo e ensinando, sendo passivo e também ativo [:p] nessa incrível dialética que impulsiona a história:D "E como começo de caminho quero a unimultiplicidade, onde cada homem é sozinho a casa da humanidade"

segunda-feira, 2 de agosto de 2010

Sobre a Árvore do Conhecimento do Bem e do Mal

Adão e Eva. O jardim do Édem. A árvore do Conhecimento. A proibição. A desobediência. As consequências.
Por que Deus proibiria o homem de conhecer?
Será que é porque faz mal ao homem pensar? A escrita, a matemática, a medicina, a tecnologia são um mal?
Não podemos desvendar os mistérios do universo? Isso é uma afronta a Deus?
Analisando a nossa sociedade como sempre foi e no que tem se tornado posso encontrar algumas tímidas respostas.. O conhecimento tem nos levado ao caos! O avanço da tecnologia tem destruido o planeta, sem contar que a grande maioria das pessoas são excluidas desse processo... muitas pessoas continuam sem acesso a tecnologia, sem acesso a escrita, a medicina..! Por isso o conhecimento é tão ruim? Porque tem nos levado a destruição e fomentado as desigualdades? Mas, por outro lado, como pode o conhecimento ser ruim? Sem ele não poderia tá escrevendo nesse blog, sem ele nem escreveria...Nós ainda morreríamos de poliomielite, ainda precisaríamos andar quilômetros e quilômetros pra nos deslocar de um lugar pra outro.. ainda seríamos nômades sujeitos ao frio e as feras da selva Oo [não adianta vir com a infantil justificativa de que se não tivéssimos comido do fruto não existiriam doenças e todos os animais seriam mansinhos, ou vc acha que o planeta suportaria que todas as espécies apenas crescessem e crescessem sem uma seleção natural? A seleção natural é estratégia divina pro equilíbrio de tudo! interessante! temos aniquilido até a seleção natural por meio do avanço da medicina, mais uma consequencia do conhecimento!]
Voltando aos benefícios do conhecimento, me pergunto novamente, por que ele é proibido?
Tô lendo um livro chamando "Ismael" de Daniel Quinn, e em um momento do livro ele discute sobre esse assunto! E então, thank's God! pude perceber o que antes permanecia oculto talvez por eu pertencer a cultura dos Pegadores: não era uma árvore do conhecimento, pronto só! É a árvore do conhecimento do Bem e do Mal, ou seja, através dela, pensamos ter adquirido o talento que é somente de Deus de julgar o que é certo e o que é errado! Do que é bom. Do que é mau. De quem deve viver. De quem deve morrer.  É por isso que a escrita, a matemática, a medicina, a tecnologia que são conhecimentos bons, muito bons são negados a muitos, porque julgamos que apenas determinadas pessoas podem ter acesso a eles!
Por isso temos destruido o planeta: porque julgamos que somos como Deus e assim temos o poder de fazer tudo o que quisermos, e se der errado, desfazer! Por isso estamos matando a diversidade, pra que nossa espécie, imortal como Deus, triunfe! Por isso matamos aqueles que discordam de nós, por isso dizimamos os índios e tomamos a terra deles, porque eles rejeitam o caráter divino da nossa espécie, porque são traidores! E agora que temos percebido, com bastante dificuldade ainda, o mal que temos causado a vida, e que a nossa imortalidade se aproxima do fim [:O] nos sentimos realmente confusos, deprimidos, desmotivados  e estressados. quando a máscara insiste em cair
Eis o motivo da proibição...não porque Deus não queria filosofia no mundo, ou pq não queria que fizéssemos sexo[ hahaha, como sinto vontade de rir disso] mas porque ele sabia que mais do que fruto do conhecimento do bem e do mal, aquele era o fruto da  grande ilusão que certemente levaria o homem a morte!
"mas da árvore do conhecimento do bem e do mal não comerás; porque no dia em que dela comeres, certamente morrerás" Gênesis 2:17

domingo, 1 de agosto de 2010

Eudaimonia. Pra quem não conhece a palavra, ela vem do grego e quer dizer felicidade -eu que significa bom e daimon  que quer dizer espírito. Sendo assim, felicidade pode ser entendida como espírito bom, ou pode também ser entendida como paz de espírito, viver bem...enfim.
Minha principal motivação ao criar esse blog foi ah, nao interessa sublimar um pouco minhas energias pra algo produtivo ou não. Escrevo tentando fazer dessa eudaimonia, não uma palavra estranha de uma língua quase morta ,ou um ponto de chegada; mas um caminho a ser seguido! ;)
Não vou escrever crônicas ou poesias [não sou boa nisso], vou apenas expor  ou não! depende do numero de visitas meus pontos de vista [digo no plural porque são muitos] a respeito das coisas, do mundo, da vida. interessante! de qualquer lado que eu me vire o meu ângulo de visão muda Oo Lógico!
Por isso não exijam de mim uma opinião única o tempo inteiro, eu tenho o direito e o dever de mudar de opinião ou de ter várias opiniões sobre a mesma coisa, o ruim mesmo é não ter opinião alguma! Quanta opinião na mesma frase! "Eu prefiro ser essa metamofose ambulante do que ter aquela velha opinião formada sobre tudo!" [clichê, mas tá valendo!]
Não procuro afirmação, pessoas que concordem comigo ou até mesmo que entendam o que escrevo, quero apenas escrever, passar tempo, sabe?? tem nadinha pra fazer..ou muita coisa pra fazer e eu preciso de um pretexto pra fugir disso. O que vier a mente irei escrever e quando vier, sem grandes enfeites...

P.s. As partes tachadas correspondem a pensamentos meus que vão surgindo na hora em que escrevo, mas que não precisam necessariamente fazer parte do texto, mas eu prefiro escrever mesmo assim porque.. não sei bem, não consegui achar argumento totalmente válido pra isso! Se quiserem pular essas partes ao ler algum post , sintam-se a vontade! :)